Em total harmonia com a natureza, a Herdade das Templárias estende-se orgulhosamente ao longo da margem da Albufeira de Castelo de Bode, pois o panorama que daí se desfruta não nos deixa indiferentes, quer pela qualidade da água, quer pelos inúmeros cambiantes que enriquecem o cenário. A herdade confina com a albufeira. Aqui, a água espreita-nos por todos os lados. Em 2016, algumas praias fluviais de Castelo de Bode foram distinguidas pela Quercus com a classificação Qualidade de Ouro na listagem das Praias e Águas Balneares.
Em matéria de gestão de água, os planos e procedimentos a curto prazo comprometem o futuro. A qualidade só se obtém e consolida a longo prazo: Encontrar moderação, melhorar o funcionamento de uma rede, combater certos efeitos da poluição, por exemplo, são tarefas que podem demorar vários anos. Para atingir a qualidade na gestão da água, são indispensáveis, avultados investimentos - em obras, pessoal especializado, materiais, etc. - que é preciso amortizar a longo prazo.
Portugal é um país rico em recursos hídricos superficiais. Contudo, a sua distribuição não é uniforme e é grande a flutuação. Numa breve síntese, reunindo diversas iniciativas tomadas pela Herdade das Templárias aquando das obras decorridas no local nos últimos anos, analisou-se a evolução de alguns parâmetros de qualidade mais significativos (temperatura, pH, condutividade, oxigénio dissolvido e carência bioquímica de oxigénio, azoto amoniacal, nitratos e fósforo total, etc.). Estes parâmetros foram processados nas estações de amostragem presentes em várias bacias hidrográficas.
O programa assegurado pela Herdade das Templárias compreendeu, para além de Castelo do Bode, Estações de Amostragem de Quinta del Rei, Constância, Vale da Ursa, Cabril, Dornelas do Zêzere, Matrena, Belver, Chamusca, Almourol, Tramagal, Barca da Amieira, Ómnias, Pernes, Peral e Louriceira. A herdade resolveu abordar o problema do ambiente numa forma global e sistemática. Dispondo de uma equipa técnica de elevada qualidade, rapidamente evoluiu para outras áreas de estudos e projectos.
De absoluta necessidade no desenvolvimento da Directiva Ambiental da Herdade das Templárias, tendo em vista a preservação da qualidade do meio hídrico e o controlo da sua poluição, procurou-se, através do Sistema de Gestão Ambiental (SGA) em sede própria e em colaboração com Entidades Concessionárias, conferir valores de referência respeitantes à albufeira e barragem de Castelo de Bode.
Logo à nascença, o Zêzere mostra ao que vem. As primeiras águas do rio descem o imponente Cântaro Magro, um rochedo granítico quase ao nível do cume da serra da Estrela (1928 m) onde se define o início do maior vale glaciar da Europa (13 km), e rasgam o Covão d'Ametade, uma obra da natureza de contrastes exuberantes. Os postais ora exibem um manto branco decorado por ramos de bétulas arqueados sobre o rio, também eles pintados de neve e gelo, ora revelam um relvado verdejante cortado por uma corrente translúcida, as bétulas floridas refletidas na água. Este é o ponto de partida do rio Zêzere. A herdade situa-se no seu percurso.
Os ziguezagues do rio convidam à descoberta. São 240 km até ao encontro com o Tejo, em Constância. De Tortosendo a Janeiro de Cima, onde as famosas curvas do Zêzere começam a acentuar-se, a paisagem só muda de tonalidade quando surgem no horizonte as escombreiras da mina da Panasqueira (uma exploração iniciada em finais do século XIX). Em Dornes, uma península rompe o rio na perpendicular para depois força-lo a uma curva de 180 graus. Os caprichos da geografia valeram-lhe a distinção como uma das 7 Maravilhas de Portugal.
Parte do conjunto de barragens da bacia do rio Zêzere, este lago artificial compreende 60 km de albufeira, com uma profundidade média de 31 m, que se estende por cerca de 3300 ha, desde Castelo de Bode até à Barragem da Bouçã, banhando terras de Tomar, Ferreira do Zêzere, Figueiró dos Vinhos, Sertã, Vila de Rei e Abrantes.
Do ponto de vista dos Recursos Hídricos, a grande reserva superficial constituída pela Albufeira de Castelo de Bode, só por si com 1 100 milhões de m³ de capacidade, em conjunto com os aquíferos da bacia do Tejo e Sado e o do maciço cársico da Serra D'Aires e Candeeiros relativamente a águas doces subterrâneas conferem a esta região uma riqueza hídrica ímpar no país e na Europa.
A água captada na albufeira de Castelo de Bode, a cerca de 170 Km de Lisboa, é tratada na Estação de Tratamento da Asseiceira e constitui pelas suas características organolépticas, microbiológicas, físicas e químicas, uma água de excecional qualidade.
Inaugurada em 1951, esta barragem, com as de Cabril e da Bouçã, tornou-se o núcleo mais importante do País na produção de electricidade. No que concerne a condutividade, o regime de descarga da barragem de Castelo do Bode origina alguma flutuação dos valores (registada no Zêzere).
Photos © Herdade das Templárias
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